28 de setembro de 2010

Alto-estrato



No fundo da minha mente
Adormece a ciência latente,
A fonte da sabedoria dos antigos.
No fundo dos meus olhos
Existe um lago profundo,
O abrigo da resposta absoluta.

Eu resisti ao tempo sobre as ruínas,
Com a vida através dos sonhos
Persegui o elixir para curar as feridas
Que você deixou em minha alma.

Eu ainda sinto em mim.
Não houve volta, não houve troca.
Nenhuma doutrina vai reaver o que perdi.
Eu transmutei meu coração
Em busca de um alquimista que me faça esquecer.

Eu ainda sinto em mim,
Latente no meu sangue uma parte sua
Que se desenha no céu,
Formando um véu espesso cinza.
Véu que cobre minhas palavras
E assim faz com que caiam no vazio.


Francielly Caroba

21 de setembro de 2010

O livro não lido



O fim não foi escrito...

Livro de palavras estranhas,
Ínfimo trabalho desconhecido.
Varre as folhas em desdém,
Rabisca no canto da página
O que os olhos não lêem.

Não foi lido!

Livro de sentido obscuro,
Instigante de tão absurdo.
Deixe-o sobre a cama
Onde as mãos não o tocam.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

6 de setembro de 2010

Quem acende as estrelas


Veste a noite com prazer,
Espia as sombras antes de sair.
Mansa e sinuosa, acende as estrelas.

Toma nas mãos os sonhos,
Anda na calada do sono.
Noite é sinônimo de sensação...
Dedos que podem tocar o silêncio
Encantam-se com a vibração.

Sons surdos, cheiros cegos,
Tato mudo, olhos que falam...
Jorra da luz das estrelas
Ângulos e percepções,
Riscos e rabiscos,
Nuanças iridencentes...
O seu andar de bailarina
Ressoa, se apresenta e se confunde
Na forma mais simples,
A acústica batida do coração.


Francielly Caroba

[Direitos autorais reservados, lei 9.610 de 19/02/98]