28 de janeiro de 2012

Diamantes amarelos



Diamantes amarelos
para refletir a ferrugem
dos nossos abraços,
o brilho fosco
de um sentimento oco,
que tosco
- não há mais nada no jarro.
Ele vai juntando pó.
O que houve conosco?

Diamantes amarelos
quebram com gritos roucos
depois de beijos indiferentes,
antes tivessemos zircônias transparentes,
que fim
- você não cuidou de mim.
Foi assim.
Quem dos dois ficou louco?

Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

14 de janeiro de 2012

Tormenta


Firmamento partido,
Rasgado ao meio
Com fios soltos de estrelas
Caindo às beiradas
Do manto negro.

Soro escorrendo
Entre os dedos do tempo,
Soprando sereno salgado
Nos lábios secos
De um porto ermo.

Lascas das palavras
(ainda não ditas)
Adornam decisões amarradas,
Mais brilhantes que
Estas estrelas apagadas.

Mas são tantas amarras,
Que curvam luas aos sóis
E convertem ódios em amores,
Que ao chegar no porto
Não cintilam mais.

E um adeus tenta se encaixar,
Entre a fissura no manto
E o corte no coração,
Antes de atracar e terminar
Por dilacerar a porcelana.

Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]