27 de dezembro de 2015

Como uma alquimista




Brincando com palavras
Como uma alquimista
Inventando quimeras...




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

17 de dezembro de 2015

Amigo Secreto



o que a boca tranca
a sete chaves
mergulhado em saliva

o que o olhar esconde
atrás das pupilas
dilatadas

os abraços entregam
em um aperto
em um enlaçar na cintura
em uma mão que escorrega pelas costas

não preciso te desvendar
não preciso te descobrir

... eu já percebi



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

9 de dezembro de 2015

Queda do céu




o céu está caindo
sinto seus pedaços
finos e pontiagudos
caírem sobre mim

não é miragem
não é chuva branda
é a imagem
de um espelho se partindo

conto cada corte
inúmeras fendas
abertas em mim
pelas aberturas do céu

não duvide da rachadura
assim como não duvida da minha fraqueza
não há como remendar
nem com todas as gentilezas

o céu está caindo
na mira de olhos
tão marejados
quanto o mar



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

24 de novembro de 2015

Torno




Quando fecho os olhos
Torno a cair
E sentir
O oco das pessoas

As criaturas que berram
Para si mesmas
A contradição dos seus medos

Aquelas que invocam luzes
Que já são suas
E estão, apenas, à deriva

Quando fecho os olhos
Torno à escuridão
E caio
No mar de devaneios

Aquele, do qual, eu
Jamais
Devia ter emergido



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

13 de novembro de 2015

Alimenta meu ego



Derrame palavras
nos meus ouvidos

Alimenta meu ego
com suas fantasias
seus desejos secretos
indiscretos

Escritos
nas paredes
das suas veias
quando seu sangue
ferve e transborda
em relevo
se revelam

E na tensão
dos seus músculos
o meu ego
se espalha
escorre líquido
satisfeito.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

3 de novembro de 2015

A mulher




Como é ser a mulher
nas fantasias
de diversos homens?

Pertencer às luzes de neon
das mentes solitárias,
que criam estradas
em curvas de cinturas,
que sentem frisson
em movimentos de quadris...

Forjada em luzes de neon,
não há tons
de batons suficientes
para ilustrar tantas taras,
nem corpetes
para dançar em tantos olhos...

Entre saias
pele à mostra
e jeans
rijos de carne,
muitas palavras
desmanchadas em gozos...

Como é ser a mulher
nas fantasias
de diversos homens?



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

12 de agosto de 2015

Forse

 
 
 
 
Fossemos feitos como a neve
... orvalho de manhã
... rosas de primavera
Seriamos breves, porém intensos
Eternos em cada momento.
 
 
 
Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

1 de agosto de 2015

Sensíveis manipuladores




Escorrem palavras no papel,
Intensas ou profundas.
Tecem versos com nanquim,
Soslaios ou apáticos.
Contam histórias
Rimadas ou livres,
Irreais, imperfeitas, reais...
Todos conseguem alcançar
O objetivo latente nas letras,
É rabiscar nas mentes e corações
Emoções e percepções
Dos sensíveis manipuladores
A quem chamamos de autores.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

19 de julho de 2015

(In)digo



                                (In)certo
                                (In)visível
                                (In)correto
                                (In)dispensável

                                (In)sensato
                                (In)coerente
                                (In)exato
                                (In)conseqüente


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

4 de julho de 2015

Brecha




Por um momento,
- em qualquer brecha no tempo -
Saia para caminhar no jardim
Talvez, colha um sentimento...

Enquanto eu
- entre as brechas da cerca – 
Admiro a tua colheita,
Porque semeei aí meu coração.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

16 de junho de 2015

Nórdica




Em seu longo vestido
Descalça segue
Por sobre a neve
O lobo lhe persegue

Em sua mente
A música permanece
Em seus sonhos
Ela desvanece

Em seu alvo pescoço
O crucifixo lhe golpeia
Tão frio quanto o ar
A sua volta que desnorteia

Em seu branco caminho
Corvos, amaranto moído
E a madeira morta
São espelhos do que tem contido




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

9 de junho de 2015

Caça a raposa




Na tempestade dos teus olhos castanhos
Lenta e calmamente, você ainda consegue
Ler-me folha por folha amassada...

Haverá lugar para mim
Nessa tua nuvem branca?

Responda-me ou me devora.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

31 de maio de 2015

(De)feito



Os que não se consertam
E os que não têm conserto
De um jeito ou de outro
Todo mundo tem defeito

Eu não sei qual o teu pretexto
Mas o meu é, que para ser verdadeiro
Tem que ser imperfeito




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

23 de maio de 2015

Quantos tons




Quantos tons
De branco
E preto
Eu posso usar
Pra tornar
Esse olhar
Mais sereno?





Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

17 de maio de 2015

Taito




Toma-me com suas garras,
Asas ou olhar de predador.
Injeta em minha alma
Torpor de encanto do caçador.
Olha-me além da presa, a certeza.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

9 de maio de 2015

Rasgar




Eu me rasgo
Tiro a pele desnecessária
O sangue em excesso
E nisso de romper carne
Eu acabo encontrando tecido
Em retalhos de cetim, de seda,
Não sei bem o que,
É apenas trapo...
Mas me contento por não ter
Encontrado resquícios de porcelana.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

22 de abril de 2015

Monstro





Talvez,
apenas talvez,
quando ele dizia
que eu era
"a pior",
talvez
ele estivesse
certo.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

13 de abril de 2015

Como anjo



Quem olha em seus olhos
apenas consegue ver
o brilho da sinceridade
– bijuterias também brilham –

E a sua fala tão macia
de palavras tão bem articuladas
que tropeçam apenas nos sorrisos
– o bom planejamento inclui imperfeições –

Como anjo dos nossos sonhos
capaz de tornar real tudo aquilo
que era, até então, imaginação
– cuidado com o que deseja.



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

6 de abril de 2015

Avisos




Avisos:
Não alimente os demônios.
Não confunda satélites com estrelas.
Não discuta com reflexos.

Você sempre vai cair em seu corpo.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

1 de abril de 2015

Quando a saudade pesa forte




Quando a saudade pesa forte
sobre o coração,
será que a outra pessoa sente
o toque da mão?





Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

22 de março de 2015

Gato




Na beleza da raça
Pisa, mas não amassa
O macio das patas em plena caça

A noite passa
Dissimulado que só ele, disfarça
O olhar compassa
Astúcia sem trapaça

O miado condensa:
Um felino cheio de graça




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

14 de março de 2015

Devaneio alto



No que eu estou pensando,
Quando dou de pensar em você?
Tão perto, quão longe...

Uma cidade de labirintos
Em concretos, incompletos,
Com seus edifícios
...e tudo ficou mais difícil!

Quem deve assumir os riscos?
Correr e correr,
Talvez em direção ao precipício...

Uma ligação de finos fios,
Amarrados em palavras escritas
Em brancas telas
... sem pinturas, apenas você e eu!



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

1 de março de 2015

Fortuna




A história é longa
E a pressa é rasa

Vez ou outra
Tudo cabe dentro
De uma taça

Desde o horizonte se despedindo
Até o calor extinto em brasa

Quando o cair é o levantar
Embriagar-se não é opção
É a fortuna que te abraça





Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

24 de fevereiro de 2015

Quando te olho





Quando te olho não meço
A altura da queda
Se carinho eu te peço
É porque tu me fazes leda






Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

18 de fevereiro de 2015

Fissura



Veste sua aura vermelha
Que me seduz,
Algo mais confortável
Que me conduz
Ao seu corpo quente
Irradiado de luz.

Brilho que me ofusca
E me captura,
O seu olhar é minha
Única fissura.
Frio é o arrepio que me corta
Enquanto admiro sua figura.

Você vai me envolvendo,
Consumindo-me em luxúria.
Alucinado,
Eu chego ao deleite de apreciar
Até os seus momentos de fúria.



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

9 de fevereiro de 2015

Coerentes




O frio contido nos vidros,
Os medos trancados em baús,
Pennywise está nos livros...

Cultivamos nossos vícios
Nas estufas em nossas mentes.

Vamos ser coerentes com nossas correntes.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

3 de fevereiro de 2015

Andando pelas ruínas





Andando pelas ruínas
foi com o pó nas mãos
que reinventei a fênix





Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

23 de janeiro de 2015

Dente de leão



Minto,
se digo que
não te quero junto a mim.

Finjo,
te soltar
porque eu quis.

Mas te deixo ir,
com o vento ou
com quem quiser seguir.

Abro mão,
porém o punho fechado
é meu coração.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

19 de janeiro de 2015

Cadente



A cadência
Dos meus olhos
Não pode definir
A carência
Do meu coração

Não quero que caia
Comigo
Quero que esteja lá embaixo
Como abrigo

Se eu pudesse fazer um pedido
Seria recuperar nosso tempo perdido

Mas algumas estrelas precisam deixar o firmamento





Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

12 de janeiro de 2015

A mais leve





A mais leve
sensação
que suponha a tua
aproximação
faz em chamas o meu
coração






Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

6 de janeiro de 2015

Silêncio desconfotável




Eu não sei quão grande
é o teu poder de destruição.
Eu não sei ao certo
a amplitude da devastação.

Eu apenas ouço
um silêncio desconfortável.

Por mais teorias que se criem
em minha mente,
eu ainda não sei.

Não há certezas
nem conclusões,
e por mais barulho que se faça,
ainda permanece
um silêncio desconfortável.

Não há distância mais cruel
do que o vão de perguntas sem respostas.



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]