30 de dezembro de 2013

Rumpelstiltskin




E soam de novo os apitos
o céu esta queimando
em fogos de artifício
as luzes abafam os gritos
o que nem é assim tão difícil

Beijar o estranho ao lado
e fingir-se apaixonado
é parte do pacote
difícil mesmo é lembrar
o nome dele no dia seguinte



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

12 de dezembro de 2013

A sorte não tem nada a ver comigo




A sorte não tem nada a ver comigo
Se eu beijo meu inimigo
É pelo afortunado perigo






Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

9 de dezembro de 2013

Sabe...




Sabe...
Alguns sorrisos
são tão gostosos
que você saliva
só de imaginá-los
no pé do seu ouvido




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

16 de novembro de 2013

Cair para véu



                            Nesse favo
                            inteiro de fel,
                            uma luz oculta
                            nas paredes de cera,
                            que ao toque
                            se tornará mel...

                                                                      Os anjos caíram
                                                                          das nuvens
                                                                                aos véus!

Asas despedaçadas                            
em fronhas                            
e travesseiros,                            
lençóis esticados                            
como redes                            
apanham corpos...                            


Quem são os trapaceiros?
Os que mentiram ou
Aqueles que se atiraram primeiro?





Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

8 de novembro de 2013

Afiada



Você sempre chega
assim
doce
e mansa?

Mesmo quando
arromba
a tranca,
não perde a maciez.

Cada palavra é capaz
de cortar,
mulher afiada
do olhar que risca o ar.

Mesmo quando
ácida
se faz em fúria,
ainda arrepia minha tez.

Você sempre causa
deleite
sem sentido,
apenas sentindo?



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

4 de novembro de 2013

Sinta seus olhos queimarem



Sinta seus olhos queimarem
Em chamas intensas
A sanidade agora cinzas
Na ponta da caneta do poeta
Uma visão, um reflexo
Um demônio, uma mulher
...




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

22 de outubro de 2013

Uma xícara de café



            Preparo o café
            ...com pó
            ...com água

                        Procuro minhas xícaras
                        ...brancas
                        ...porcelanas

                                    Xícaras de café
                                    ...sobre seus pires
                                    ...exalando calor

                                                Uma colher de açúcar?
                                                Não. Estou de saída.




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

13 de outubro de 2013

Nefasta



Em chamas
Brilha
Se espalha
Na fala
Afiada
Como navalha
Se cala
Disfarça
Mas continua na caça
Não falha
Ameaça
Despedaça
E logo passa




Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

7 de outubro de 2013

Sapato não deixado pra trás



Então não foi
tudo um erro...

Apesar de tudo,
em algumas horas,
eu estive calma e
você esteve leve...

Mas já passou
da meia-noite,
eu nunca fui
princesa
e você agora
não passa de abóbora.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

17 de setembro de 2013

O avesso do manto negro



O tecido me conhece
Nas suas costuras guardo segredos,
O manto impede que eu os confesse.

Manto negro sem bordados,
Pelo meu corpo se espalha
E o seu forro cobre minhas falhas.

O avesso do manto negro é minha pele

Que nua se arranha sem nada que a modele.



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

13 de setembro de 2013

A tempestade em um copo



Meus olhos vêem o infinito...

Os meus sentidos tinham
Me abandonado para morrer
Sobre um declínio
Deixando as amarras desatarem

Tente conter a tempestade em um copo
Eu fui surpreendida
Com uma luz acesa em meu sono

Meu sonho
Feito de fôlego e pele
Não durou apenas um segundo

Todo esse tempo sem coração
E ninguém nunca reparou
Confundindo satélites com estrelas

Estou acordando das cinzas
E exorcizando meu vazio
Venha e deite-se ao meu lado



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

8 de setembro de 2013

Não abra suas asas



Asas escolhidas
Para rasgar lençóis
De crepúsculos rosados
De auroras azuis

          Sorte comprimida
          Em punhos cerrados
          Por dor de tanto bater
          Por feridas sem fechar

                    Asas encolhidas
                    Para guardar-te
                    Em caixa de vidro
                    Em potes de cerâmica

                              Não abra suas asas
                              Enquanto a chuva cair
                              Ácida, arranhando o solo

                                        Abra suas asas
                                        Quando a estrela sucumbir
                                        Macia, perfurando a alma


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

4 de setembro de 2013

Faxina



Hoje joguei tanta coisa fora
... coisas antigas da escola
rascunhos
e rabiscos
jovens reboliços
... coisas agora pequenas
e as que ficaram largas
o que me aperta
e o que saiu do meu gosto
... coisas já esquecidas
moídas
e recortadas
nada que vou sentir falta
... não preciso mais dessas desculpas
ou dessas culpas
não combina mais comigo
esses sentimentos reprimidos.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]


Inspire-se!

29 de agosto de 2013

Sobrevoo




Sobrevoo meus pálidos medos,
Observo a beleza de seus defeitos.

Sei como descer do meu devaneio, mas não quero...

Quando o céu se fecha em cinza
Uma luz me carrega pra cima,
Entre nuvens eu plano em sossego.

Nada pode me tocar, enquanto me abstraio...

Solto amarras invisíveis da minha mente,
Enleio meus desejos no meu breve momento
Imperfeito, pois sei, logo vou pousar no meu corpo.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]


Inspire-se!


23 de agosto de 2013

Imensidão



Longas horas,
eternos minutos,
mas qual é a real
largura do tempo?

Quem decide
a intensidade
das batidas na porta,
o pulso ou a ansiedade?

Quem atou
os nós entre
nós dois?

Imenso sentimento,
mas cabe imensidão
em um ou dois corações?



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

6 de agosto de 2013

Quase



Quase
virei
guache
enquanto
chorava
calada
no canto
do quadro

Não sou mais
parte da
pintura
e eu
quase
acreditei
ser sua
musa.



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

1 de agosto de 2013

Nó corrediço



Acordar pela manhã
Olhar o sol sem querer levantar.
Por os pés no chão
Sentir frio e alguma coisa faltar.

Sem saber aonde ir
Tropeçando em quem me seduzir.
Perdendo-me por vontade,
Volúpia com falsa identidade.

Aqueles que devoram meu tempo
Tendo sem saber meu consentimento,
Ficam presos na teia de desejo,
Entorpecidos com meu encantamento.

Mas isso não vai durar.
O jarro escorrega vai se rachar,
Quase sempre ele quebra.

O nó corrediço se solta
E eu estou de volta,
Na busca por outra vítima.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

20 de julho de 2013

A namorada do Jack



Meu azar nunca me surpreendeu
Nunca me trouxe sorte
Errar faz parte
E em muitas partes
Eu já me parti
Sou mais remendada
Que a namorada do Jack
E mesmo ela conseguiu
Se o amor deles não se partiu
Eu ainda tenho uma chance
Porém tenho que conseguir de volta
Meu carente coração
Porque a minha intuição
Está toda torta!
Igual a minha poesia
Disforme, quase aberração...
Será que retomo minha reta
Refletindo a linha da boneca de pano?
Irônico, ela parece mais feliz do que eu
(aquela de carne, osso e sangue)...
Mas verdade seja escrita,
Nada disso faz sentido
Por isso que é verdade!
- Aí sim, fiquei surpresa.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

8 de julho de 2013

Passeio



Quando me canso procuro um desvio.
Eu liberto minha mente,
Saio descalça das minhas vontades
Para passear nos sentimentos alheios.
Caminhar sobre olhares
No ângulo zero da verdade,
Sentimentos cobrem meu chão
Das passadas leves recolho percepções.
Outras vidas, paralelas, mas a mesma realidade.
Pessoas diferentes, confusas, mas a mesma fragilidade.



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

23 de junho de 2013

Adormecido em...



Adormecido em rosas e espinhos,
Sonhando...

As palavras doces
Seguidas de beijos apaixonados.
Não me iluda,
Você vai partir sem mim.

As promessas que não cumpri
Um fardo maior do que eu pude carregar.
Não me puna,
Pois você também errou.

Adormecido em seus braços,
Desejando...

Mais um dia junto de você
Para que eu tenha coragem pra dizer...
Não me acorde,
Eu planejo continuar dormindo.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

16 de junho de 2013

Desespero



Todo desespero é inválido
Pateticamente tácito
E desmembrado
Em incontroláveis atos



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

25 de maio de 2013

Boneca de pano



Alguém esqueceu de fechar a janela
A chuva molhou o piso
Deixe, ele vai secar...
Os talheres estão sobre a mesa
Quem vai jantar?
O gelo derrete na colher...
O filme já vai acabar
Olha a chuva de palavras
Queria saber atuar...
Vamos nos sentar
Olhar a rua, o céu
Ou apenas nos olhar...
Eu comprei uma boneca de pano
De tranças longas
Mas ela não está sorrindo...

Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

8 de maio de 2013

Arco-íris




O céu está caindo
As pupilas estão rachando
Íris vai quebrando
Como azulejo antigo

O céu está partindo
Está vazando lágrimas
Inundando órbitas fixas
E nublando visões

O céu está sumindo
Fechando-se comportas
Levando ao sonho
Um arco-íris



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

27 de abril de 2013

(IIIn)Sano




Esta luz
não me ofusca mais
Deixa-me atar
tuas veias as minhas?
Com nós cegos
de marinheiros à deriva.
A minha morfina
vai se misturar ao teu lítio,
Assim meu demônio
não vai se sentir sozinho,
Enquanto devora
teus sentimentos.



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

18 de abril de 2013

(IIn)Sano



Este espaço
não me pertence mais
Deixa-me partilhar
tua sombra?
Densa
como a névoa da manhã,
Aquela capaz
de cegar estradas viris
Pela diversão
de ver nas curvas sinuosas,
Ossos saídos do varal,
se quebrarem...


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

6 de abril de 2013

(In)Sano




Esta carne
não me alimenta mais
Deixa-me provar
do teu sangue?
Viçoso
como delírios engarrafados,
Garrafas de vidros caros demais
Para se rescindirem
por um deleite.
Então fica na tua adega
de madeira morta...



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

23 de março de 2013

Topázio




Diversas vezes
me cortei
me costurei
só eu sei
o quanto
me machuquei
e me curei...
Remendos
retalhos
contrários
por aí eu
me espalho
ensaio
atuo
de cena eu saio...
Diversas vezes
me censurei
me permiti
só eu sei
porque eu
menti
e desmenti...
Os outros
e eu mesma.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

14 de fevereiro de 2013

Vinho Rose




Levemente adocicado
Fica o seu olhar
Quando me vê.
Você está à deriva,
Em delírio alcoólico
Quando bebe
Do meu carinho.
Então perde a razão
Embriagado de prazer
E desfruta comigo
O gosto do vinho
No paladar,
E em todos
Os sentidos.



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

27 de janeiro de 2013

Veludo negro




A noite se aproxima
Os passos mansos na madeira,
O silêncio meu eterno companheiro.

Veludo negro me vestindo
Olhos ferinos de uma noite em delírios,
Temporada de caça...

Sorriso dissimulado
Encoberto das minhas palavras afiadas,
Alvo...

Veludo negro me vestindo
Entre meus instintos e minha razão
Desperto...



Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

6 de janeiro de 2013

Maçãs




Maçãs vermelhas
Que delícia!
Saliva a boca dos olhos...

           Que árvores vaidosas!
           Fazendo-me sonhar com batons carmins
           E sucos docemente confortáveis,
           Escorrendo entre lábios...

                     Que indecisão:
                     Morder a maçã ou
                     Morder esses lábios carnudos?

                                          Maçãs verdes
                                          Que deleite!
                                          Imaginar a maciez no céu da boca...

                                                               Que árvores ardilosas!
                                                               Induzindo-me a cobiçar a lisa superfície,
                                                               Tão convidativa a me lambuzar,
                                                               Nessa agridoce perdição...

                                                                                    Que tara!
                                                                                    Quero uma maçã
                                                                                    E toda a sua lascívia.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]