12 de novembro de 2010

Delírio de sangue



Enleio de mentes coagidas
Reinadas pelo caos e apatia,
Invisível espaço de heresias
Nocivas e brutalmente reprimidas.
Íngreme encosta de fúria que desliza,
Aos poucos o delírio se materializa.

Faminta de vingança,
Um desejo que se alcança
Regando ira no que resta de razão,
Instigando a fera em sua prisão.
As gotas de sangue que caíram
Sobre suas mãos as quimeras criaram.

Hostis criaturas envoltas em véus,
Anjos ou demônios que rasgam os céus.
Ríspido olhar aponta a carne incandescente,
Pedra partida da alma inconsciente.
Inspira o cheiro semelhante a cobre,
Alucina diante do que derramou, sangue nobre.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

Um comentário:

  1. Nossa Francyelly, que ritmo e há certas palavras que me lembram Cruz e Souza e gosto desta analogia, pois digo sempre, que poeta que lê poeta têm mil versos em ação.

    Um beijo

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